Mike Fraser tem creditos no mais recente álbum do AC/DC: “Black Ice”. Não só por ser o responsável pela mixagem de som, ele também precisou de manter um pedido de reserva em seu estúdio em Vancouver desde o lançamento de “Stiff Upper Lip”, em 2000.

“Fazia a reserva anualmente.” diz ele. Por oito anos? “Sim.” ele dá de ombros. “Eu queria estar pronto.”

Pode soar um pouco ultrapassado, mas Fraser com 49 anos de idade é praticamente um membro da família AC/DC, tendo trabalhado com a banda desde “The Razor’s Edge” de 1990. Impaciente para ver as coisas em movimento, ele ligou para a banda no ano passado (2007), sugerindo que se tivessem qualquer coisa em mente para fazerem um álbum, deveriam então comprar uma pilha de uma determinada marca de fita de gravação, pois ela já estava prestes a ser descontinuada.
Então, alguns meses mais tarde, ele os encontrou em Londres.

“Eles estavam escrevendo”, explica Fraser. “Estavam tendo um bom tempo para fazer coisas particulares, e eu não tive tempo para encontrá-los juntos. Acho que as duas vezes que tive contato com eles em um curto espaço de tempo, fez eles perceberem que estava na hora de entrarem em ação.”

Como nas melhores parcerias, esta começou por acidente. O álbum “The Razor’s Edge” estava sendo gravado na Irlanda por George Young (irmão de Angus e Malcolm Young), até que uma emergência familiar o levou a deixar as gravações na metade no álbum.

A banda contratou o então produtor de Vancouver, Bruce Fairburn e foram até o Little Mountain Sound Studio, onde Fraser trabalhava desde que era adolescente (ele começou como o faxineiro – único trabalho que podia fazer na época).

“Nós estávamos gravando os vocais”, lembra Fraser. “E em uma faixa, a chave estava errada para Brian [Johnson – o vocalista], então tivemos de regravar todos os instrumentos a partir do zero.”

A banda gostou do som produzido pela nova gravação que estava muito melhor do que o original, que optaram por fazer todo o álbum do zero – e Fraser fazendo a mixagem. A banda ficou supreendida com a facilidade com que ele entendia o que eles desejavam. “Eu estava como, “Sim, bem – Eu fui um grande fã nos últimos 20 anos.”
Agora, ele diz, ele é o seu “vá até o cara”. Ele mixou todos os álbuns desde o “The Razor’s Edge”, o catálogo remasterizado dos rockers e trabalhou em todo o resto – DVDs, game Rock Band Track Pack.

“Black Ice” foi mixado em oito semanas, entre março e maio deste ano (2008). A única problema foi o tempo: choveu todos os dias, deixando as partidas de Golf com Brian pra outra hora.

O álbum está no topo das paradas em todo o mundo, para o prazer de Fraser: “Acho que depois de tantos anos, as pessoas estavam indo à loucura, esperando um novo álbum do AC/DC.”

Hoje à noite, porém, quando o AC/DC se apresentar no GM Place em Vancouver, ele não estará trabalhando; será apenas uma fã. “Não importa quantas vezes eu os assista ao vivo, quero sempre mais “, diz ele.” Eles são brilhantes. Malcolm sempre diz que, se você não pular mais, então não valerá mais apena tocar. ” 

Fonte: The Globe And Mail