O ex-baterista do AC/DC, Phil Rudd, vai sair em turnê no próximo ano para promover seu primeiro disco solo, Head Job, lançado em 2014.

Rudd concedeu uma entrevista para o site Music Radar nessa semana. Ele falou sobre o ataque cardíaco que sobre em 2016, o futuro do AC/DC e da sua carreira solo.

Confira.

Phil, você sofreu um ataque cardíaco na metade de 2016, como está se sentido?
Estou bem, parceiro. Estou ótimo. Nunca me senti tão bem. Desde que me curaram, eu venho levando uma nova vida.

Deve ter sido um grande choque, não foi?
Parceiro, nessas alturas, nada mais me choca. Até onde eu sei, essas coisas fazem parte da jornada.

Então você deve estar feliz por ter sobrevivido e agora está pronto para cair em turnê.
Sim, parceiro. No final das contas, tudo deu certo. Não poderia ser melhor.

Falando sobre esse pesadelo dos últimos dois anos, você conseguiu continuar tocando bateria nesse período? Particularmente enquanto você está cumprindo prisão domiciliar?
Se eu toquei ou não, não importa. Quando eu voltei ao AC/DC em 1994, eu não tocava por quase 8 anos. Não importa, realmente não importa. Eu não preciso praticar. A única coisa que eu preciso fazer é treinar minha coordenação. Só preciso sentar na bateria e tocar um pouco. Tenho feito isso recentemente e eu estou tendo um bom progresso, o som está ficando bom. No entanto, leva um pouco de tempo. O que ajuda bastante é estar tocando com esta minha banda, e tocamos um set muito bacana, então está tudo bem.

Baterista Phil Rudd. 2016.

Baterista Phil Rudd. 2016.

Você aprendeu muito nestes últimos 2 anos?
Ah sim, eu acho. Eu aprendi que preciso amadurecer. Eu tenho uma nova namorada e ela é maravilhosa. Tudo está indo bem.

A sentença da prisão domiciliar te surpreendeu ou você esperava um pouco mais de leniência?
Eles já tinham me dado um pouco de leniência. Era eu que estava sendo um idiota. Atirei em meu próprio pé. Fiz a minha própria cama, parceiro. Eu fiz as minhas cagadas e tive que lidar com elas, e é isso que tenho feito. Agora é fácil de notar isso, mas não foi quando aconteceu.

Um dos shows da turnê européia será na BonFest em tributo ao Bon Scott. É especial para você fazer parte de um evento desses?
Oh, nós vamos arrebentar tudo! Vai ser fantástico. Todos nós somos grandes fãs do Bon Scott. Nós vamos lá e mostrar pra eles como Bon faria. Bem, pelo menos é o que eu espero… quem vai saber? Eu posso fazer alguma cagada! Espero que dê tudo certo. Queremos deixar o Bon orgulhoso com esse show.

Muitas mudanças aconteceram no AC/DC desde seu último show com a banda; Malcolm, Brian e Cliff sairam da banda, assim como você. Você tem feito contato com a banda?
Eu falei com alguns dos rapazes. Eu não sei dizer qual será o futuro do AC/DC, sinceramente não sei. Não cabe a mim dizer. Mas eu vi que o Guns N’ Roses vai estar tocando aqui em Wellington [Nova Zelândia] em breve e que eles têm uma grande turnê mundial. Eu me pergunto se o Angus vai ficar feliz em ver o Guns N’ Roses saindo para grandes turnês… isso significa que o AC/DC não poderá fazer turnê. Vamos ver. Você precisaria de uma bola de cristal para saber o que vai acontecer lá.

Você chegou a ver alguns vídeos da banda com o Axl?
Eu assisti alguns vídeos do Axl cantando com os rapazes. Eu fique surpreso; não ficou tão ruim. Me surpreendeu. Pra mim, ele fez um bom trabalho e não é uma tarefa fácil, parceiro, não é nada fácil. AC/DC é trabalho duro para todos na banda. Eu vi Angus fazendo uma jam com Guns N’ Roses também. Apesar de assistir esses vídeos, eu não faço a mínima ideia do que vai acontecer ou do que está acontecendo com a banda.

A sua turnê que está por vir será com sua banda solo, mas na verdade essa é sua banda desde que você saiu do AC/DC nos anos 80, não é?
Sim, nós começamos a trabalhar neste álbum [Head Job] há muitos anos. Eu retornei ao AC/DC e não vi os rapazes da minha banda por anos. Quando voltamos a trabalhar no disco, muitas das músicas eram as mesmas e o sentimento na banda permaneceu o mesmo. Somos como três irmãos, esse sentimento esteve sempre presente.

Você escreveu o álbum Head Job como uma banda ou você trouxe as músicas prontas e trabalhou elas com o Allan e o Geoff?
Quando eu escrevo, faço tudo através de uma perspectiva do ritmo. Eu bagunço um pouco com algumas ideias de ritmo e então os rapazes podem adicionar o que eles quiserem. Ou talvez um dos rapazes trazem um riff e nós trabalhamos a partir disso. Eu e os rapazes trabalhamos juntos nas letras também.

Temos alguns singles no álbum Head Job. A faixa título soa excelente, eu amo ela. Eu estava mais seguro gravando Head Job do que um álbum do AC/DC. Eu estou bastante feliz com o álbum. Algumas partes de bateria do álbum são estonteantes, principalmente as da faixa título e na música When I Get My Hands On You.


Notamos que você aparece tocando guitarra no clipe Head Job. Você toca?
Não, não muito. Eu toquei por um curtíssimo período de tempo e não foi com frequência. Eu ensinei algumas coisas ao Geoff (risadas).

Para os fãs que vão ver os seus shows, o que eles podem esperar?
Bater o pé um pouco e um banda de rock com uma sessão de ritmo sólida. É uma boa banda de pub – vocês vão se divertir.

A turnê Head Job de Phil Rudd começa na Europa no dia 31 de março. Mais detalhes: www.philruddmusic.com

Fonte: Music Radar