Brian Johnson está no circuito de Brands Hatch (Kent, Reino Unido) em meio à chuva, trancado dentro de sua caravana.

Sua esposa, Brenda, está preparando um jantar gourmet para sua equipe de corrida, mas isso está muito longe de ser um ambiente luxuoso que você esperaria encontrar uma estrela do rock.

Brian tem três grandes paixões em sua vida – sua esposa, a música (como o lendário vocalista dos monstros do rock, AC/DC), e carros.

Ao entrar numa já famosa banda de rock aos 32 anos de idade, após a morte de Bon Scott – o primeiro vocalista do AC/DC (* Nota do redator: baseando-se na história que é sustentada pelos membros do AC/DC) –, Brian com a sua rica e intensa voz, e letras ousadas, ajudou a fazer do álbum “Back in Black” o segundo mais vendido de todos os tempos.

Fama, bajulação e dinheiro. A última turnê do AC/DC, sozinha arrecadou aproximadamente 750 milhões de reais (290 milhões de euros). Então isso tudo fez com que ele mudasse? Não, de maneira alguma.

Ele diz: “Não nos importamos com a aparência. A nossa é sincera. Todos nós desprezamos a moda de época. Na época do ‘New Romanticism‘ (também conhecida como ‘blitz kids‘, que dominou o Reino Unido. Pode ser interpretada como a cultura pop entre os anos 70 e começo dos 80) que era muito fervorosa, todos então usavam ternos brancos e deixavam os cabelos penteados, brilhando. Nós ignoramos isso. Sempre fomos do tipo: camiseta e jeans.

Antes disso, era a moda punk. Também a ignoramos. Continuamos na camiseta e jeans.”

Os críticos ignoraram o álbum “Back in Black”. O AC/DC não estava de acordo com a moda. Então como conseguiram vender tantas cópias?

Brian Johnson e Louise Mensh

Brian Johnson e Louise Mensh

Brian responde: “Nós acreditamos nos fãs e trabalhamos bastante. Foi a fama talvez, mas uma fama honesta. Tocamos em Newcastle, Glasgow e em muitos outros lugares.

Nós também nunca demos uma segunda chance para aqueles que queriam que fizéssemos diferente.”

O AC/DC superou, até os dias de hoje, todas as fases da música mundial, do punk até as rotuladas de heavy metal. A banda se tornou uma lenda do rock. Por quê?

Brian Johnson reconhece a sensualidade de sua voz, a força e a energia das canções do AC/DC. Todas elas com um toque de “dirty deeds” (trabalhos sujos).

“Muitas bandas fazem ‘rock’. Mas esquecem do ‘roll’.”, diz Brian.

Ele está satisfeito com o cenário onde muitas bandas e críticos anti-rock surgem e logo somem, e o AC/DC superando tudo isso?

“Isso me dá muito orgulho e satisfação: acreditar e fazer aquilo que você ama. Essa é a nossa filosofia; nós acreditamos que temos de fazer segui-la em primeiro lugar.”

Fonte: Entrevista de Johnson para a jornalista Louise Mensh para o The Sun (Reino Unido), maio de 2013