Na década 80 o AC/DC já ditava na música Rock and Roll Ain’t Noise Pollution: “Rock ‘n’ roll ain’t gonna die” (O rock n roll nunca morrerá). Assistimos as novas derivações distorcidas do rock, que atraem as pessoas mais pela estética artificial, cada vez menos pela música e seu conteúdo. Mas ainda há aquelas bandas que em raros pubs, encontros de moto, tocam uma boa música, pregando o verdadeiro espírito e essência de um bom, velho e clássico rock n’ roll.

Os malárias do Motorocker não querem nem conversa sobre essa nova geração de modismos. Eles são raízes puras do nosso Brasil, do bom rock n’ roll já criado. Levam fielmente todas as suas crenças, inspirações, paixões para as músicas que fazem. Thomas, o guitarrista base, que diz que Tião Carreiro é o cara mais rock n’ roll e heavy metal do Brasil, as pessoas dizem que ele está ficando louco, mas sua resposta é simples e direta: “Basta observar nas letras que o cara escreve, existe mais rock n roll do que aquilo?”.

Foi nas pregações do rock nesses pubs pelo sul do Brasil, que o Motorocker deu vida ao álbum e a faixa “Igreja Universal do Reino do Rock”, uma das puras e mais simples música que caracteriza o som pesado e tremendamente simples desses rapazes rock n’ roll. Gravado e editado pela própria banda em 2006, o álbum debut [o primeiro disco] demonstra a fidelidade ao som de seus ídolos: AC/DC; o Motorocker começou fazendo covers do AC/DC.

Uma história bacana da banda foi a que Marcelus conta na entrevista no programa Caxola, contando a história de quando foram reconhecidos por Malcolm e Angus Young como uma das melhores bandas covers de AC/DC. Aconteceu em 1996, quando AC/DC estava em Curitiba pela turnê mundial Ballbreaker. Marcelus primeiramente foi até o aereoporto à espera do desembarque da banda, ao sair da Van do AC/DC, Marcelus foi correndo atrás cantando Hells Bells, quando perdeu o folêgo, parou e viu de relance Brian Johnson fazendo “jóia”.

Para que o AC/DC tivesse acesso ao material da banda, houve um esquema malária para esse material chegar até as mãos dos rapazes do AC/DC. Marcelus foi até o Hotel e conseguiu entregar uma fita K7 para o assistente pessoal de Angus, que então entregou a fita para os rapazes do AC/DC. Malcolm foi até o quarto e a escutou, minutos depois desceu ao Hall, parabenizou e elogiou Marcelus pelo fiel tributo que estavam prestando ao AC/DC e disse que era o melhor cover que já tinha ouvido e que os rapazes tinham futuro. Concordamos que isso é fato.

As músicas “Salve A Malária”, “Blues do Satanás” e a faixa-título explodiram nas rádios de Santa Catarina e nos bares de Curitiba. Essas músicas sinceras e o “Brian Johnson brasileiro” (Marcelus), logo também, atingiram a “irmandade de plantão” de todo o país, surgindo assim, mais “devotos pela igreja universal do rock do rock”.

As faixas desse álbum são inspiradas no AC/DC de início ao fim, percebe-se na voz de Marcelus e no andamento das músicas. Os riffs e solos do guitarrista Luciano Pico são tocados de maneira simbólica inspirado em Angus Young. Thomas faz um fantástico trabalho na guitarra base, que completa a cozinha de ritmo da banda, lembrando muito Malcolm Young.

Juan exibe na bateria uma levada simples, firme e viradas de bateria como as de Phil Rudd e em momentos lembrando a pegada técnica de Chris Slade. O baixo marcante e compassado de Sílvio colabora assim como Cliff Williams faz no AC/DC.

A banda não economizou energia,” Igreja Universal do Reino do Rock”, conta com 5 canções em inglês, de arrepiar, com as letras típicas de uma vida rocker, segundo Marcelus, malária. Marcelus fala que Bon Scott foi o cara mais malária que já existiu.

A letra da música Evil Hound tem um pouco do soul das músicas que Bon fez com o AC/DC. Vale destacar os excelentes backing vocals nessa e em todas as outras canções, que lembra AC/DC. E finalizando o álbum no melhor estilo rock n roll, a banda presta um tributo ao AC/DC tocando a “bolachona”, “Back In Black”, que foi autorizado pela Sony Music.

Esses rapazes juntos criaram um matador-serial-killer álbum de estréia e o melhor disso tudo, banda nacional, orgulho dos brasileiros.

Brian Johnson certa vez disse: “As pessoas dizem que somos dinossauros, que perdemos a pose porque não somos populares e nem bonitinhos o suficiente… Aos que acreditam no que fazemos, isso é ser corajoso.”

Podemos abertamente empregar essa frase de Brian ao Motorocker, que mostra respeito e carinho que eles têm por seus fãs. As duas bandas fazem referências à eles na maioria das músicas de seus álbuns. A hosnestidade e humildade são duas palavras que podem descrever um pouco desses cinco “motorockers”.

Tracklist:

01 – Igreja Universal Do Reino Do Rock
02 – Blues Do Satanás
03 – Salve A Malária
04 – O Caminho E As Verdades Da Vida
05 – Tocando O Horror
06 – Loudest To Crownd
07 – Shadow Road
08 – Rock ‘n Roll Old Fashioned
09 – Evil Hound
10 – Back In Black

A banda é formada por Marcelus no Vocal, Juan Neto na bateria, Luciano Pico e Thomas Jefferson nas guitarras e Sílvio Kruger no baixo. Dizer que esses rapazes são uns “cús de frango” como novas bandas brasileiras, é um Pecado Capital.

– Vídeo Clipe – Igreja Universal do Reino do Rock
Vídeo Clipe – Tocando O Horror
Vídeo Clipe – Evil Round
– Site Oficial Motorocker – Agenda, CDs, Informações e muito mais