Reunimos os trechos mais interessantes das entrevistas do AC/DC nas últimas duas semanas.

Confira.

Sobre os rumores de que o álbum “Rock or Bust” levou 10 dias para ser gravado, Brian: “Não, não, isso é impossível…”

Angus: “Talvez no começo você conseguia gravar… mas, não.”

Brian: “Você tem que se lembrar que leva cerca 4-5 dias – no mínimo – para deixar o som no jeito. Mas, não me entenda mal, a gravação foi rápida. O álbum levou cerca de 4 – 5 semanas pra ser gravado. Depois disso, Angus ficou com Brendan O’Brien [produtor] e gravou mais algumas coisas, entende? Trabalhando pra ver o que estava legal ou não, o que ficaria, o que deveria ser tirado, esse tipo de coisa. E isso levou mais um tempo, e isso faz parte de todo o processo… mas a gravação levou mais do que 4-5 semanas.

Nota: Esses rumores começaram com a mídia da Nova Zelândia quando Phil Rudd disse que ELE gravou a bateria em 10 dias, e isso foi completamente mal interpretado por alguns jornalistas que publicaram matérias em outros sites e jornais.

Fonte: Entrevista para a Ultimate Classic Rock (USA), do dia 18 de novembro de 2014.

Resposta de Angus quando perguntado se Phil ainda continuaria na banda: “Bom, nós ainda temos que resolver isso… foi muito difícil de conseguir trazer ele pra cá [para a gravação no estúdio], ele estava indeciso.”

Cliff Williams e Angus Young. Nov/2014.

Angus Young e Brian Johnson. 2014.

Brian: “Em relação à isso, eu não acho que temos que fazer alguma coisa… demitir ele, ou coisa do tipo. Eu acho que a situação vai se resolver por conta própria. Quero dizer, ele se meteu em encrenca, e não há nada que possamos fazer pra ajudá-lo, sabe? Estamos falando sobre julgamento de crimes, falando sobre juízes e júris. Estamos falando sobre as pessoas que podem dizer: ‘Você não vai ter o seu passaporte”, e todo esse tipo de coisa. Não há nada que possamos fazer sobre isso. Mas nós vamos sair em turnê, e nada vai nos impedir.” 

Brian: “Bom, Malcolm disse uma coisa, e quando Malcolm diz as coisas você escuta, e eu não estou brincando. E ele disse: ‘Continuem tocando.’. E ele sabia o que estava acontecendo… ele é o cara mais forte que eu já encontrei na minha vida. Digo, um cara FORTE, e duro na queda, nunca encontrei alguém parecido com ele. E simplesmente falou o que queria ele queria dizer, e o que ele normalmente fala sempre significa muito… e ele não estava brincando… pegando leve… ele não queria nenhum tipo de tributo ou algo desse tipo, apenas continuem tocando.”

Fonte: Trecho da entrevista para a Loudwire (USA) no dia 19 de novembro de 2014.

Angus sobre Malcolm: “Nesse momento ele está feliz. Ele recebe um excelente tratamento médico e está cercado por sua família. Dadas as circunstâncias, ele está bem.”

“Sim, em certos momentos eu pensei em jogar a toalha. Mas a doença do Malcolm não apareceu do dia para noite. Ele apresentou vários sinais antes mesmo do nosso último álbum [Black Ice]. Naquela época eu perguntei se ele tinha certeza que queria continuar. Ele disse que sim. Malcolm também estava determinado em fazer a turnê. Ele estava se tratando com medicamentos, mas queria continuar até não conseguir mais.”

“Ele contribuiu nesse álbum [Rock or Bust] com muitas coisas que havia escrito. As ideias que deram vida à essas músicas, boa parte vieram do passado. Nesse sentido, nada mudou porque nós sempre trabalhamos desse jeito. Nós acumulamos uma grande quantidade de ideias para músicas com o passar dos anos, e as usamos em todos os álbuns. Malcolm continuou a compor até não conseguir mais. A saúde dele deteriorou durante o processo de preparação desse álbum.

AC/DC. 2014.

Foto promocional do AC/DC. 2014.

Stevie Young é um segundo Malcolm. Ele toca a guitarra ritmo exatamente do mesmo jeito. Nem mesmo eu consigo imitá-lo tão bem. Estamos torcendo pra esse álbum ser bacana. Nós temos um exército de fãs. São eles aqueles que queremos agradar em primeiro lugar.”

“Quando nós começamos, a revista Rolling Stone nos considerou como uma das piores bandas do mundo. Isso é engraçado porque eles pediram desculpas durante a última turnê, após ter nos ignorado por 40 anos. Nós também recebemos o prêmio Grammy há alguns anos. Nós nunca fomos de participar dessas premiações, mas eles acharam que era melhor dar um prêmio pra nós, e eles deram, mesmo relutantes!”

Nota: No artigo original o autor se refere aos Rolling Stones – a banda , enquanto Angus obviamente estava falando sobre a revista Rolling Stone.

Angus sobre escrever sua autobiografia: “Eu tenho medo de que o livro tenha apenas uma página, pois a escrita não é o meu forte. Eu já li muitas coisas sobre nós e sempre penso comigo mesmo: ‘É uma boa história, mas sobre quem eles estão falando?’. Não me incomoda o fato de as pessoas escreverem sobre nós. Pra mim, é ficção. A minha história favorita é aquela em que dizem que eu e meu irmão somos chefões de uma máfia. Uma banda de mafiosos, bacana!”

Fonte: Trecho editado e traduzido de Miguel Cid para o jornal Le Matin (Suiça) do dia 17 de novembro de 2014.

Angus sobre a pior da condição de saúde de Malcolm: “Sim, foi um momento triste. Nós esperávamos que a condição dele ficasse regular ou melhorasse. Mas ele teve outros problemas de saúde. Ele teve uma operação no pulmão, uma cirurgia no coração. E por final, os problemas no cérebro pioraram. E ele sabia disso, e se convenceu, ‘Eu não posso continuar.’”

Sobre as composições de Malcolm: “Ele fez isso até não poder mais.”

“Stevie já substituiu Malcolm uma vez [em 1988], quando ele teve um sério problema com álcool. Stevie fez um excelente trabalho. Portanto, Stevie foi a escolha lógica quando houve a necessidade de substituir Malcolm. O jeito dele de tocar é muito similar ao de Malcolm.”

Fonte: Trechos editados e traduzidos da revista Rhein Zeitung (Alemanha), 17 de novembro de 2014.

Angus: “É difícil dar uma definição para o que é um bom riff. Por que o riff da música ‘Back in Black’ é tão eficaz? Isso é um mistério. Acima de tudo, eu tento pensar numa música que as pessoas imediatamente relacionam ao AC/DC. Para ‘Rock or Bust’, nós simplesmente soubemos que o álbum seria curto, com músicas compactas. Temos excelentes riffs nese álbum… ‘Baptism By Fire’, ‘Miss Adventure’…”

AC/DC - Rock or Bust - Angus Young

AC/DC – Rock or Bust – Angus Young

“Nós ainda tocamos com os nossos amplificadores vintage, esses são os que têm o melhor som. Durante a gravação de ‘Rock or Bust’, o meu amplificador pegou fogo de repente. Eu estava no meio de uma música quando Brendan O’Brien [o produtor] gritou no microfone: ‘Angus, você está em chamas!’. Eu acenei com um sorriso, tomando isso como um elogio. Eu estava fumando um cigarro então eu não senti a fumaça saindo do amplificador.”

“Sim, nós ainda precisamos de um produtor mesmo depois de 40 anos, especialmente com a ausência de Malcolm. A maior parte do trabalho de produção consiste em conseguir responder a pergunta: ‘Essa é uma boa música pra o AC/DC?’. É só isso que importa pra nós.”

Sobre seus solos: “Sabe, durante a minha vida toda eu tive 4 músicos comigo enquanto eu gravava. E falavam: ‘Bom, não está ruim Angus, mas você pode fazer melhor!”. Depois de vários takes, eu acabei me tornando um autômato.”

Por que as bandas de guitarras não estão em alta nos dias de hoje?

Angus: “Eu não sei. O rock continua vivo, mas há uma menor importância para a guitarra. Nós viemos de uma época em que o padrão era se inspirar nos pioneiros do rock n’ roll. Nós queríamos emular aqueles caras. No começo dos anos 70, a guitarra elétrica ainda era uma novidade, e também descobrimos o que um amplificador podia fazer.”

Fonte: Trechos editados e traduzidos do jornal 24 Heures (Suiça), do dia 17 de novembro de 2014.

Cliff: “Ainda há muitas coisas para serem resolvidas, mas é certo que vamos fazer uma turnê em 2015.”

Angus: “Nesse momento, nós ainda não sabemos que vai assumir a bateria na próxima turnê. Ainda há várias questões a serem resolvidas, mas garanto pra você que teremos um bom baterista. Nós não sabemos quem será, ainda estamos resolvendo isso… Não, não vai ser Bob Richards [que substituiu Phil Rudd durante a gravação dos clipes].

Fonte: Trechos editados e traduzidos do jornal Le Soleil (Canadá), do dia 17 de novembro de 2014.

Angus: “É muito triste vê-lo [Phil Rudd] nessa situação, é triste… mas nós estamos decididos em continuar. Esse é o nosso principal objetivo. E também, o cara tem que estar em condição de fazer o serviço. Nós não queremos estar na posição de ficar cancelando as coisas, pois se você colocar tudo isso na balança, você não vai querer alguém te falando: ‘Ah, sim, talvez eu vou participar, talvez não’.”

Cliff Williams e Angus Young. Nov/2014.

Cliff Williams e Angus Young. Nov/2014.

Cliff: “Phil precisa se decidir. Nós não podemos fazer isso por ele. Nós podemos dar algum suporte, mas a decisão está nas mãos dele.”

Angus: “Malcolm queria que nós continuássemos. Ele amava a banda, amava a música. Ele não queria que isso acabasse. Quando ele escutou o álbum ‘Rock or Bust’, ele estava sorrindo e dando risadas. Ele sempre amou o rock n’ roll.”

Fonte: Trechos editados da revista Billboard do dia 14 de novembro de 2014.

Angus, Malcolm e Stevie Young são próximos desde a infância. Chegaram a estudar juntos na Austrália.

Stevie: “Angus me deixou a par do que estava acontecendo com o Mal. Não seria mais a banda de sempre – isso era impossível. Eu fui até a Austrália pra visitar o Mal, pra ver a condição dele. Mal estava fisicamente bem, mas não acho que ele poderia fazer uma turnê.”

Brendan O’Brien: “A coisa mais importante do AC/DC é o jogo da direita para a esquerda das guitarras. Stevie entendeu isso. Ele usou as mesmas guitarras, as mesmas configurações, e conseguiu o mesmo som.”

Fonte: Trechos editados da revista Rollingstone.com do dia 14 de novembro de 2014.

Fonte principal: AC/DC-Net