O jornal sueco “Aftonbladet” recentemente fez uma entrevista com o guitarrista Angus Young e o baixista Cliff Williams do AC/DC. Você pode assistir a entrevista no final dos trechos traduzidos.

Sobre a aprovação do guitarrista Malcolm Young para que a banda continuasse sem ele:

Angus: “Foi Malcolm quem nos disse pra continuar… ele trabalhou até não conseguir mais devido às suas condições médicas. Então ele disse que agora era comigo. E a escolha lógica para substituí-lo foi o nosso sobrinho Stevie. Ele tocou no lugar de Malcolm em 1988 durante a turnê americana – e tocou muito bem durante toda a turnê.

Angus e Cliff em entrevista para o jornal Aftonbladet.

Angus e Cliff em entrevista para o jornal Aftonbladet.

Cliff: “Ele era a escolha óbvia. E ele se saiu muito bem no lugar do Mal. O jeito dele tocar é muito similar – mesmo estilo, o que é difícil de encontrar. É único – de fato é –, Stevie cresceu assim, e ele toca igual ao Mal. Então ele se encaixa extremamente bem. Ele tem o mesmo tipo de personalidade.”.

Sobre se o lado emocional do AC/DC pesou para continuar sem Malcolm Young:

Angus: “No que estávamos fazendo enquanto gravávamos [o novo álbum], e escutando as músicas, eu não senti pesar. Claro, quando você para pra pensar, você fala: ‘Sim, não é o Malcolm.’ Mas infelizmente as circunstâncias são outras… se Malcolm estivesse bem e tudo mais, se sua saúde não tivesse piorado, eu tenho certeza que ele próprio estaria lá gravando conosco.”

Sobre como a banda encarou o fato de continuar sem Malcolm:

Angus: “Eu perguntava para o Malcolm sempre que eu o visitava… como ele estava e o que ele achava disso. Mas ele não disse só pra mim, mas também para outras pessoas da nossa família que ele não conseguiria tocar mais.”

Sobre a primeira vez que eles notaram que Malcolm estava tendo problemas de saúde:

Angus: “Foi logo antes de começarmos a trabalhar no álbum ‘Black Ice’. Ele começou a apresentar vários sintomas; eles começaram a aparecer. Naquela época ele tinha sido diagnosticado exatamente com a doença que ele tinha. Eu até mesmo disse pra ele: ‘Você quer fazer tudo isso? Pois vai dar bastante trabalho. Se formos fazer isso [gravar o álbum], ou se você for querer fazer a turnê, vai ser muito tenso e trabalhoso’. E ele disse: ‘Sim, vamos fazer’.”

Sobre se as ideias de Malcolm foram incorporadas nas novas músicas:

Angus: “Ele me mostrou várias ideias e também me deu dicas. Eu tenho muito material em que ele estava trabalhando até não conseguir mais. E ainda tenho muito material que fizemos durante os anos… as ideias que nunca foram finalizadas. Então muitas coisas desses materiais estão no novo álbum. Malcolm fez parte de todo o processo de composição. E até mesmo quando eu toco alguma coisa sozinho, eu penso: ‘Isso soa familiar’. São altas as chances de eu estar tocando uma ideia que o Mal trabalhou, ou que pensamos juntos. Faz parte da coleção.”

Sobre como Angus administrou emocionalmente a ausência de Malcolm:

Angus: “Foi Malcolm que me ensinou muitas coisas na vida. Um dos momentos mais difíceis para a banda foi quando Bon Scott morreu, e foi Malcolm que me fez superar tudo aquilo. E ele me ajudou da melhor maneira que ele podia. Ele me chamou e disse: ‘Vem cá… nós dois vamos sentar aqui e continuar trabalhando. ’ E pensando bem, isso foi a melhor terapia pra nós, pois era um momento muito difícil para toda a banda. Nós não sabíamos se íamos continuar ou não. Continuamos trabalhando pra depois decidir o que queríamos fazer. Então isso nos tirou muita pressão, luto… afastou de nós muitas dessas coisas.”

Sobre se o vocalista Brian Johnson estava motivado em continuar sem Malcolm:

Angus: “Brian foi o primeiro que eu ouvi falar que queria continuar e fazer um pouco de rock n’ roll. Ele foi o primeiro de nós a dizer: ‘Sim, nós podemos continuar. ’ Ele parecia muito animado. E isso é sempre muito bom, quando todo mundo está unido. Nós conversamos sobre se todos estavam decididos a continuar. Quando nós estivámos em Vancouver, logo depois da terminarmos a gravação do álbum, nos reunimos e nos perguntamos: ‘Certo. Vamos fazer uma turnê? ’ E todos nós estávamos prontos e contentes pra sair em turnê. Isso é um bom sinal… quando todo mundo está ansioso pra ir.”

Fonte: Aftonbladet